terça-feira, 29 de janeiro de 2008

Gustav Klimt















Klimt foi o principal representante do movimento Arte Nova de Viena e um dos pintores decorativos mais importantes do século xx.
A sua pintura,que acentuava radicalmente a superfície espacial,não só constitui uma síntese original e surpreendente de impressionismo e simbolismo,mas também é uma importante precursora da arte abstrata.Klimt estudou na Escola de Artes Decorativas e aprendeu com os mais importantes representantes da pintura decrorativa de Viena.
Em 1894,afastou-se da tradição académica e tornou-se o porta-voz da jovem geração de artistas que a ela se opunham.Foi eleito presidente da Secessão Vienense.
Os frescos executados para o “hall” da Universidade Nova de Viena,apresentados ao público em 1900,geraram grande controvérsia devido à sua carga erótica.
A obra de Klimt polarizava e provocava escândalos.As classes dirigentes recusavam os seus quadros,enquanto os jovens intelectuais
Os recebiam com entusiasmo.
A marca da pintura de Klimt é um estilo inovador,ornamental e decorativo,que funde pormenores representados de forma realista,como mãos e rostos,padrões espaciais abstratos e em forma de mosaico.O modelo gemétrico domina o quadro e apenas ocasionalmente revela os pormenores individuais do corpo.Os motivos diversas vezes prateados ou dourados (superfície) e os pormenores corporais erótico-sensoriais (forma) constituem um forte contraste e aumentam,deste modo o efeito do quadro.A pintura de Klimt fez dele o retratista mais desejado da Viena mundana,tornando-se modelar para jovens pintores como Óscar Kokoscha e Egon Schiele.Contudo,com o seu estilo decorativo carregado de arabescos,Klimt não é verdadeiramente «moderno»,mas sim um representante da estética “fin de siécle”.
Klimt ficou famoso como pintor de mulheres belas e os seus casos com diversas modelos alimentavam as conversas da cidade.Existem numerosos retratos de damas da «nobreza financeira» de Viena e preservaram-se vários milhares de desenhos eróticos,invulgares pela abordagem tão directa do tema.
Durante muito tempo acreditou-se que Klimt procurava as suas modelos nas classes mais baixas e que com elas mantinha relações sexuais,ao passo que a ligação com a sua companheira Emilie Flöge,filha de uma abastada família,seria apenas platónica.
O lacónico pintor sentia-se fascinado pelo enigma do erotismo carnal feminino.Poucos pintores da sua época reptesentaram tão bem a “femme fatale”.Oseu ideal feminino caracteriza-se por uma acentuada dimenção erótica e sensual.

Dados Biográficos

14 de Julho de 1862-Klimt nasce em Baumgarten,nos arredores de Viena.É o filho mais velho de um ourives e da sua esposa.

1876-1882-Estuda na Escola de Artes Decorativas de Viena.

1879-Colabora com o pintor Hans Makart(1840-1884)

1890-Funda com seu irmão Ernst e com Franz Matsch um atelier de decoração mural,a Companhia dos Artistas.

1890-A Companhia dos Artistas decora a escadaria do Kunsthistorisches Museum(Museu de História de Arte de Viena).

1894-Viragem para um novo estilo plano,ornamental e decorativo.

1897-Fundação da Associação das Artes Plásticas da Áustria,conhecida como Secessão Vienense.Klimt torna-se o seu primeiro presidente.

1900-Conclusão dos projectos de frescos para a Universidade Nova de Viena,que foi recusado.

1902-Recusa do seu Friso de Beethoven,que havia pintado para enquadrar,em três paredes do edifício da Secessão,a escultura de Beethoven feita por Max Klinger.

1905-Viagem a Ravena.Os mosaicos da antiguidade cristã impressionam Klimt;esta influência vai-se reflectir no seu período dourado.

1905-Sai de Scessão em desacordo com as exposições ali realizadas.

1909-Na Segunda Kunstschau(Exposição de Arte),Egon Schiele e Óscar Kokoscha exibem as suas obras.Klimt é pela primeira vez o organizador da exposição.

1910-Participação na Bienal de Viena.

1911-Esboço do friso ornamental para o Palais Stoclet em Bruxelas.

1917-É recusada a nomeação de Klimt como professor da Academia de Belas-Artes de Viena.Torna-se membro honorário das Academias de Viena e Munique.

1918-Adoece com a gripe espanhola e morre a 6 de Fevereiro.

(Texto retirado da edição portuguêsa de 2001 da Könemann Verlagsgesellschaft mbh-Egon Schiele.Leben und werk)
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domingo, 27 de janeiro de 2008

Tamara de Lempicka
















Tamara de Lempicka nasceu em 1898 na Polónia, com o nome de nascimento Maria Górska, foi uma pintora da Art Déco polaca.
Em 1916 casou com um milionário russo, o aristocrata Tadeusz Lempicki.
Em 1917 a Rússia atravessou uma Revolução, na qual o seu marido foi preso. Todavia, mediante a intervenção de Tamara foi libertado. Contudo, após esta situação o casal decide mudar-se para Paris, onde Tamara passou a adoptar o seu nome artístico.
A dedicação ao estudo da pintura por Tamara foi iniciada por intermédio de André Lhote e Maurice Denis, a sua progressão neste âmbito atingiu uma proporção muito rápida traduzindo-se na exposição do seu trabalho em diversas galerias importantes. A sua obra assentou nas ideias de modernismo de vanguarda da Art Déco, onde realça um estilo único e ousado.
Notável figura da boémia parisiense nos anos loucos 20, conquistou fama e fortuna.
“Para aqueles que, como eu, vivem à margem da sociedade, as regras habituais não têm qualquer valor”, esta frase define a postura polémica e escandalosa assumida pela Tamara à época. Na década de 1920 manteve ligação a mulheres lésbicas e bissexuais e homens da alta sociedade, nesse círculo teve inúmeras relações e também envolvimento com o vício da cocaína.
As obras de Tamara são reflexo dela própria, ou seja, as personagens expostas retrataram emoções e sentimentos de forma crua e fria, extravagância e sensualidade.
A vida ociosa e polémica pôs fim ao seu casamento, Tamara entrou numa profunda crise. Porém, anos depois voltou a casar com o alemão, Barao Kuffner.
No início da 2ª Guerra Mundial emigraram para os EUA, onde se tornou reconhecida como pintora famosa Baronesa Tamara de Lempicka-Kuffner.
Lempicka morre em 1980, durante o sono, as suas cinzas foram transportadas num helicóptero e espalhadas por cima do vulcão Pepocatépeti no México,desejo que foi pedido à sua filha Kizette.

Texto:Anabela Ribeiro
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